A cidade de New York aprovou no dia 8 de Agosto uma nova medida que muda drásticamente o cenário de uma das indústrias com crescimento mais rápido dos últimos tempos, Uber. Isso mesmo, e o estado congelará novas aplicações por 1 ano. O plano, que veio à tona devido às objeções dos líderes da indústrias, foi o caminho encontrado para limitar o impacto da congestão urbana, uma tendência que também está acontecendo em Boston.
Porém, provavelmente as novas regras não serão espalhadas para os outros estados. New York é o único estado no país com poder sob a indústria, logicamente com a comissão dos taxistas acompanhando de perto. Para dirigir por lá não é somente um simples cadastro no site da Uber, é requerido também licenças comerciais e outras exigências.
O gabinete do prefeito de Boston, Martin J. Walsh recusou-se à dizer se apoiaria a limitação do número de motoristas na cidade, porém, é um ponto à ser discutido de qualquer maneira; a lei estadual de 2016 que colocou a Uber e a Lyft sob a supervisão do Departamento de Serviços Públicos proibiu que cidades estabelecessem suas próprias regras, é claro, com algumas exceções.
O estado pode limitar o número de motoristas em Massachusetts, mas parece que não há muito interesse em fazê-lo, inclusive o DPU disse que “atualmente não há proposta” para limitar o número de motoristas.
Michelle Wu, uma vereadora de Boston que monitora de perto os problemas de transporte, disse que, mesmo que a cidade tenha o poder de limitar os motoristas, ela está cética de que isso não funcionaria. Limitar o número de carros, têm sido uma prática na indústria de táxis que Uber e Lyft finalmente dizimaram.
Eu sou cautelosa com as limitações em geral”, disse ela. “Já vimos esse show antes com medalhões de táxi ou licenças de bebidas alcoólicas e, sempre o governo está criando um monopólio por meio de regulamentação, isso gera desigualdades”.
Mas ela disse que a cidade e o estado vão encontrar maneiras de reduzir o número de viagens nas ruas locais. Por exemplo, ela disse, elevar as taxas que as empresas pagam ao estado e às comunidades dos atuais 20 centavos por viagem poderia tornar os serviços menos rentáveis para alguns clientes; o dinheiro adicional poderia ser dedicado a melhorar o sistema de trânsito.
Porém, Boston não tem habilidade de impor esse tipo de taxa por si próprio, mas têm permissão para fazer regras para as companhias, melhorando o fluxo de tráfego, inclusive o gabinete do prefeito espera lançar um teste em algum momento desse ano, fazendo dedicados espaços para os motoristas pegarem e deixarem os clientes, sem bloquear o trânsito.
Nos primeiros anos da companhia, o governo procurou focar nos problemas de segurança, principalmente devido as diversas ocorrências de abusos ocorridos pelos motoristas. Em 2016, uma checagem de antecedentes criminais foi realizada e bloqueou vários motoristas de continuarem trabalhando.
Mas agora o aplicativo de caronsa ficou mais popular, inclusive um estudo recente pode notar que muitas pessoas estão desistindo do transporte público, bicicletas e até mesmo de caminharem, para utilizarem o aplicativo.
As duas maiores companhias, Uber e Lyft, argumentaram que regras não mitigarão o tráfego, porém disseram que as cidades deveriam impor novos pedágios a todo o tráfego de carros, incluindo os próprios motoristas, em áreas urbanas movimentadas, uma prática conhecida como “preços de congestionamento”.
“A única similaridade entre Boston e New York é que ambas possuem um sistema de transporte público não confiável e congestionamento crescente”, disse a porta-voz do Uber, Alix Anfang. “Esse é o motivo que Uber apoia os preços de congestionamento”.
Jascha Franklin-Hodge, que às vezes trabalhava com Uber quando atuava como diretor de tecnologia de Boston, sugeriu outra abordagem: honorários em viagens de ida e volta em áreas congestionadas e, em seguida, renúncia a essas taxas em viagens “mais positivas”; e de trânsito, ou estão em partes da cidade sem muito acesso de trânsito, ou que ajudam os trabalhadores a chegarem em casa tarde da noite.
Um outro estudo divulgado pelo Boston Globe, mostrou que as companhias de caronas providenciaram quase 35 milhões de viagens em Boston somente no ano de 2017, uma média de 96.000 viagens todo dia, de acordo com informações divulgadas por oficiais do estado.